Arménio Carlos tem razão ao dizer que esta é uma falsa questão porque afinal
os trabalhadores recebem exatamente o mesmo no final do ano?
Não creio que assim seja…
Por um lado, as famílias que fazem tentativas acrobáticas de chegar ao final
do mês com um saldo positivo (ou pelo menos que não seja negativo) poderão
encontrar neste pagamento fracionado uma melhor forma de lidar com as
obrigações diárias. Aliás, até poderá ser uma forma de estimular o consumo dos
trabalhadores e facilitar o pagamento ao patronato.
Na outra visão dos factos, esta segmentação poderá ser um entrave à poupança
porque, normalmente, tem-se um menor desprendimento ao dinheiro quando este é
recebido na forma de subsídio. Há uma maior preocupação com o aparecimento de
qualquer situação emergente ou, até mesmo, para uma despesa já prevista (um
seguro automóvel, uma prestação bancária, as propinas dos filhos).
Eu prefiro esta segunda opção, mas compreendo quem discorde.