sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Os Impostos e o Amor VI

Com a subida do preço do gasóleo/gasolina, da manutenção da viatura, do imposto selo, da vistoria, das portagens (e aparecimento de novas) andar de carro é hoje-em-dia um privilégio que cada vez menos se dão ao luxo de ter.
Portanto, partilhar a ida para o trabalho com o vizinho jeitoso do 2ºesquerdo, com a amiga que mora na aldeia vizinha ou com aquele colega lá da empresa com quem mal se fala começa a ser uma alternativa cada vez mais apelativa.
Nos primeiros dias fala-se do tempo, do aumento dos impostos, da descida dos ordenados, dos assaltos a ourivesarias et cacetera, cacetera
Depois, será ela a falar da novela da noite e, ele absorto, escutará todas as crueldades que os maquiavélicos estupores fazem à boazinha sonsa, só porque a sua companheira de viagem fala imenso com as mãos, ri de uma forma amorosa e mexe na orelha quando fica mais nervosa. Ele compreende que nunca verá uma novela mas fica contente com o decorrer dos capítulos, da sua vida, não da ficção nacional da TVI ou SIC.
Por seu lado ele irá falar-lhe do fantástico golo do Cardozo ao passar do décimo quinto minuto e ela escutará atenta cada momento daquele apaixonado relato sem lhe confessar que acha que um “fora de jogo” é quando o jogador sai de campo e que dos jogadores do SLB só se lembra daquele brasileiro do ano passado de caracóis loiros, lindo de morrer…
E assim, uma poupança transforma-se numa partilha e depois numa necessidade. É ele a rezar para que passem por todos os semáforos no vermelho e ela a desejar que aquele desvio que os faz andar mais 4km ainda esteja lá…
 Mais tarde, descobrem que gostam dos mesmos filmes, que foram aos mesmos concertos, que ambos almejam ser donos de uma acolhedora casa rés-do-chão e que adoravam ter dois cães e um gato e, quem sabe, até um filho (ou dois, se a crise passar)…
E uma vez mais os impostos conduzem, literalmente, a mais uma história com um final amoroso feliz, apadrinhada pelo Dr. Rui Nelson Ferreira Dinis (Administrador das Estradas de Portugal) e pelo Dr. Virgílio Gonçalves Constantino (Presidente da Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis).
Uma história comovente, não? =D

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