No passado dia 20 de
Abril o Marquês de Pombal acolheu milhares de benfiquistas eufóricos com a conquista
do 33º campeonato.
Um pouco por todo o país
assistimos a manifestações. Até eu, sportinguista, a torcer pela vitória do
Olhanense (embora o SLB fosse o justo campeão, achava que uma derrota
refrescaria a loucura encarnada e daria o consolo necessário aos azuis e verdes),
me vi numa caravana, a buzinar, a gritar, a festejar e a comemorar a febre
benfiquista (de quando em vez lá dizia que tinha sentimentos e que era
sportinguista, blá, blá, blá mas isso, naquele momento, não importava para
nada).
Quando chegamos a casa
e tive noção do banho de multidão que brindava a comitiva da Luz vi como são
curiosos os motivos que nos levam a sair de casa.
Cortes absurdos nos
rendimentos, aumentos na despesa, situações de quasi-pobreza ou, até mesmo, de
fome e miséria extremas, diminuição dos indicadores de qualidade de vida,
emigração forçada, falência no sistema nacional de saúde, na qualidade da
educação e nos serviços de acção social et
cacetera cacetera... Significam o quê?
Nenhuma destas
situações conseguiu motivar um séquito de milhares de pessoas a lutar por
mudanças, a exigir mudanças em frente ao Marquês de Pombal, à Assembleia da
República, ou noutro local qualquer que fundamentasse uma chamada de atenção
para os órgãos de comunicação social e para os nossos representantes políticos,
democraticamente eleitos.
Não sei se derrubar uma ditadura será tão esfuziante quanto ganhar um campeonato? E se gostássemos mais de viver bem do que de futebol?
Não sei se derrubar uma ditadura será tão esfuziante quanto ganhar um campeonato? E se gostássemos mais de viver bem do que de futebol?
Mas 11 em vez de 3 milhões nas ruas era o gáudio dos
Zecas, dos Otelos, da Dianita e dos portugueses no geral…
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