segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Granada


"Dale limosa mujer, que no hay en la vida nada como la pena de ser ciego em Granada"
Francisco A. Icaza

Após 9 anos voltei a visitar Granada. Se fosse possível diria que está ainda mais bela do que me recordava. E a Alhambra… Que lugar espantoso! (Que dificuldade em encontrar adjectivos para a descrever, todos parecem demasiado redutores…)
Ao contrário da primeira vez, tirámos centenas de fotos. Na altura, tive que me contentar com um fantástico rolo de 32 fotografias, das quais 2 não foram passíveis de serem reveladas, 3 ficaram muito escuras e uma boa meia dúzia delas não tem grande qualidade! =P
Escusado será dizer que quando cheguei a casa fui à procura desse álbum e deparei-me com uma Diana de olhar inocente e alma cheia que já nem me lembrava que tinha existido…  É curioso apercebermo-nos das nossas próprias mudanças. O que pensaria aquela Di da mulher em que me tornei? Orgulho ou desilusão? Prefiro não pensar muito na resposta... =S
Aberto o caixote, não pude resistir à tentação de passar uma vista olhos pelas dezenas de cartas, cartões e postais que recebi nessa altura do meu segundo namorado e primeiro amor (normalmente, as pessoas confundem estes dois conceitos). É um miminho ao ego saber que inspirámos alguém a ponto de nos amar. Cheguei mesmo a ler algumas dessas missivas e emocionei-me, não por tristeza, alegria ou sequer saudade, mas por agradecimento… Agradecimento por ter feito parte da minha vida, por ter feito de mim uma pessoa mais generosa, aliás, ensinar-me o verdadeiro significado da palavra altruísmo, explicar-me que há um lado positivo em tudo e, no fundo, fazer de mim uma pessoa melhor.
Por ter vivido tanta coisa, vou ser capaz de explicar aos meus filhotes, quando chegarem a casa arrasados pelo seu primeiro desgosto amoroso, que ter um namorado é diferente de ter um amor. E, que mesmo quando se perde este último, aparece outro, ou outros porque a vida costuma ser generosa. E que o importante é amar muito e não, amar muitos. Ao ouvir isto, se forem tão perspicazes quanto a mãe, irão perguntar-me se o pai deles é o meu último amor? Ao que, honestamente, irei responder que não sei se será o último, porque desconheço o que a vida me reserva mas que, seguramente, é O amor da minha vida, porque nunca quereria partilhar uma vida e os rebentos dela com ele, se não fosse dessa forma…

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