Não é que não goste de beijos, mas não resisto a um abraço.
Gosto de abraços apertadinhos contra o peito, daqueles que damos
à nossa mãe quando corremos para ela ao chegar a casa ou que damos ao nosso pai
quando chega de viagem.
Gosto do abraço da minha irmã quando, só de olhar para mim,
sabe que preciso dele, do que me envolve quando o choro me deixa sem forças, daquele
que explica que não há mais nada a fazer.
Gosto do abraço de “Parabéns, fizeste um bom trabalho!”, que
traz umas palmadinhas nas costas e/ou um elogio.
Gosto do abraço que explica que vais ser capaz e, se não
fores, haverá outro para te confortar.
Gosto do abraço que vem carregado de saudades e do que diz “Fico
mesmo feliz por te ver!”.
Gosto do abraço que cativa, do que baralha e do que surpreende.
Gosto do abraço que resulta da atracção entre dois corpos, que
estreita a distância entre ambos, convidando os rostos a aproximar-se, que
desliza o toque pela face, passeando pelo braço à procura de outra mão para entrelaçar
e, que a agarra com força suficiente para tirar os pés do chão e a respiração, ao
incluir um beijo demorado, bem demorado.
Gosto do abraço do tamanho dos teus braços quando adornam a
minha cintura e me transmitem a firmeza do teu apoio, a destreza da tua audácia, a
delicadeza do teu afecto e a sagacidade do teu querer.
Sim, gosto mesmo de abraços.
(Felizmente, na maioria dos dias, o meu nível de estrogénio não me permite escrever disparates romanescos.)
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