terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Greve dos maquinistas da CP

Confesso que considero a greve a pior forma de protesto e/ou contestação. Diminui a produtividade da empresa/instituição/sector e, consequentemente, do país. São também raras as vezes em que há acordo e construção de uma melhor vivência entre as partes envolvidas.
Contudo, esta greve dos maquinistas da CP tem a agravante de ser, na minha modesta opinião, infundada.
Em Novembro de 2010 houve uma greve (legítima) da CP mas o Sindicato dos maquinistas considerou que não deveriam ser cumpridos os serviços mínimos e cerca de 200 maquinistas acarretaram essa recomendação/ordem.
Esta (falta de) acção foi considerada ilegal pela administração que instaurou processos contra todos os maquinistas que não asseguraram os tais serviços mínimos e, tal decisão, foi apoiada pelo Tribunal Arbitral. O caso está agora a ser decidido na barra dos tribunais. Assim sendo, como o Sindicato sabe que não ganhará este processo recorre à greve como forma de “intimidação”.
É só a mim que parece ridículo? Só  de pensar que o país perdeu 2 milhões de euros, que centenas pessoas foram afectadas e que tal poderá voltar a acontecer no Ano Novo revolta-me e indigna-me profundamente!
“Vai mas é trabalhar!” Gato Fedorento

(Como já devem ter reparado, embora tenha prometido usar o novo acordo ortográfico, ainda não o fiz… Continuo a achar que estou a escrever com erros!)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Novo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)

Tomou posse na passada terça-feira o primeiro Conselho de Administração do novo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Este & foi ponto de discórdia uma vez que nenhuma das partes envolvidas queria deixar de “puxar dos seus galardões” e abdicar da sua quota-parte de prestígio e excelência… Enfim…

Assisti à cerimónia porque tenho muita consideração, admiração e afecto por um dos membros. Reconheço-lhe todo o mérito e idoneidade para se dedicar de forma excelsa a este projecto que não será fácil, nem recto e, claramente, penoso e problemático.

Este novo centro agregará o Centro Hospitalar Psiquiátrico (Sobral Cid, Lorvão e Centro de Arnês) – CP, o Centro Hospital de Coimbra (Hospital dos Covões, Maternidade Bissaya Barreto e o Hospital Pediátrico) – CHC e ainda o Hospital Universitário - HUC.

Usando uma analogia, é o mesmo que juntar um barco de pesca ao bacalhau (CP) com um navio de guerra (CHC) e um porta-aviões (HUC). Como podem reparar mais do que políticas de gestão muito divergentes, estas três instituições vivem dinâmicas diferentes porque de facto são, indescritivelmente, distintas.

Assim sendo, a missão desta nova administração será sofrida, cansativa mas espero que bem-sucedida porque para mim, parece-me demasiado utópica.

Boa Sorte, é apenas o que posso desejar!

Oh, it's my road and it´s my war...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Há dias maus, há dias muito maus, há dias péssimos, há dias terriveis e há dias como o de ontem...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Afinal o que é uma Agência de Rating?

Vi esta definição no Diário Económico e tive que partilhar:

"Todos os dias o Miguel, filho do dono da mercearia, rouba pastilhas elásticas ao pai para as vender aos colegas na escola.
Os colegas, cujos pais só lhes dão dinheiro para uma pastilha, não resistem e começam a consumir em média cinco pastilhas diárias, pagando uma e ficando a dever quatro.
Até que um dia, quando já todos devem bastante dinheiro ao Miguel, ele conversa com o Cabeças, - alcunha do matulão da escola, um tipo que já chumbou quatro vezes - e nomeia-o como a sua agência de rating.
Basicamente, cada vez que um miúdo quer ficar a dever mais uma pastilha ao Miguel, é o Cabeças que dá o aval, classificando a capacidade financeira de cada um dos putos com "A+", "A", "A-", "B"..e por aí fora.
A Ritinha, que já está com uma dívida muito grande e com um peso na consciência ainda maior, acaba por confessar aos pais que tem consumido mais pastilhas do que devia.
Os pais, percebendo que a Ritinha está endividada estabelecem um plano de ajuda para que ela possa saldar a sua dívida, aumentando-lhe a semanada mas obrigando-a a prometer que não irá gastar mais enquanto não pagar a dívida contraída.
O Cabeças quando descobre isto, desce imediatamente o rating da Ritinha junto do Miguel que, por sua vez, passa a vender-lhe cada pastilha pelo dobro do preço. A Ritinha, já viciada em pastilhas, prolonga o pagamento da sua dívida, dividindo o Miguel o lucro daí obtido com o Cabeças que, sendo o mais forte, é respeitado por todos."


Talvez ande a ficar conspurcada com teorias da conspiração mas não é estranho que as ditas agências ameacem baixar o rating de 15 países da Zona Euro por esta incluir economias débeis como a da Grécia, Irlanda, Portugal entre outras quando nunca o fizeram aos EUA que tem Estados com orçamentos catastróficos como é, por exemplo, o caso da Califórnia?
E porque é que o Iraque foi invadido quando o Saddam Hussein assumiu começar a negociar o barril do petróleo em euros por ser uma moeda mais forte?

Há coincidências mefistofélicas...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Perdoai-lhes Senhor, eles não sabem o que fazem… II

Acho que o Rodrigo anda a ler o meu blogue =P

Crónica de Rodrigo Guedes de Carvalho:

"Se olharmos com atenção, a televisão vai-se afastando para as extremidades. Depois de uma ou duas décadas de alguns programas com piada e mediania na ficção (estrangeira, porque a portuguesa era residual…) parece-me estarmos na idade em que os “programas” caminham a passos largos para a imbecilidade bruta e boçal que os anos 90 já deixavam adivinhar, enquanto as séries estrangeiras têm um crescendo de qualidade e diversidade, a que não é alheio, naturalmente, o novo mundo de oportunidades e necessidades que as transmissões por cabo trouxeram. Com as produções majestáticas para cinema a escassear e a cortar orçamentos, grandes actores, realizadores e argumentistas viraram-se para a televisão, o que tem multiplicado as séries de qualidade, nos mais variados géneros. No lado oposto, o chamado entretenimento apenas conseguiu o que já se receava: continuar, e ampliar, atentados cerebrais nascidos com o original “Big Brother”. De então para cá, a quantidade e diversidade de palermices que levam os nomes de reality ou talk-shows fez-nos descer a patamares que poucos souberam antever. E é nestes extremos que, no futuro próximo, a televisão mais se aproximará da sua maior virtude e do seu maior perigo: ajudar a educar (pela qualidade de muitas séries e muitos canais temáticos) quem a saiba aproveitar; mas também ajudar a transformar simples medíocres em completos atrasados mentais, pelo tipo de mensagem que veicula, pelo discurso que difunde, pela opacidade e vazio que pode contagiar gerações. No panorama actual, nada é mais sintomático do que aquele vómito chamado “Casa dos Segredos”. Não é o único, não é o primeiro, e não será certamente o último, mas é o que está no ar... Sendo que , com o avançar da tecnologia, as operadoras e distribuidoras de TV apostam há muito num canal específico e exclusivo, que permite aos interessados (e parece que não são poucos, Deus meu…) seguir 24 horas das “aventuras” de um grupo de gente escolhida a dedo. E o que se passa ali, como em tantos anteriores e outros que se seguirão? Nada. Aliás, peço desculpa... Passa-se que eles e elas passam quase todo o tempo vestidos pela metade, e que, aqui e ali, há no ar a perspectiva de (tchan, tchan, tchan…) sexo. Sim, podemos avançar e evoluir, que não há nada a fazer. Pode o sexo e a sua divulgação estarem hoje ao alcance de qualquer um a qualquer momento, basta pensar na Internet e nos vídeos de qualquer oferta do cabo, mas a malta não se contenta com isso. E assim tudo no conceito anda de volta do mesmo: a aparência dos candidatos escolhidos, o sorriso sempre maroto da apresentadora e a hierarquia das “notícias” sobre os acontecimentos da casa. Em vários jornais sou bombardeado com a “evolução” das vidas das Cátias, Neuzas e Solanges, mais as bocas picantes que trocaram com os Rubens, Hugos e Márcios. Mas nada fez tanto furor, pelo que vejo, do que uma qualquer cena de sexo (conceito variável) entre certa Cleide e certo Carlos (recortei do jornal, para ter aqui à minha frente e não me enganar nos nomes ou sucessão de acontecimentos…). Desta vez, o artigo em causa é uma “entrevista” com a Cleide. Ponto um: todo o programa é assente na expectativa da javardice, mas quando ele e ela “fazem o amor”, fala-se de cenas “polémicas”. Situação idêntica só se veria se um casal que alugou um filme porno comente, indignado, que havia para ali cenas de nudez... Mas o que mais me enternece é que a Cleide nos pede que continuemos a respeitar a sua credibilidade e reputação: acresce que a menina é advogada. Elucida-nos ela que voltará à sua actividade, mas não para já… Por enquanto, vai aproveitar os trabalhos que possam surgir (que surpresa), principalmente as “presenças em discotecas”, essa nobre profissão do novo milénio. Querida Cleide, queria descansá-la, na minha qualidade de compatriota compreensivo e com idade para ser seu progenitor: não fiquei minimamente chocado com o facto de a menina ter cedido à humana tentação de fazer o amor vigiada pelo País inteiro. A sua reputação está segura comigo. Já me causa algum arrepio, confesso, um dia vir a precisar de uma advogada que fez uma pausa na carreira para ir sorrir e ser vista em qualquer discoteca. Feitios. "

Rodrigo Guedes de Carvalho