domingo, 25 de maio de 2014

Eleições Europeias

Fui recensear-me em 2004 para votar, pela primeira vez, nas eleições europeias desse ano. Tinha na altura 19 anos e sabia exactamente em quem ia votar.

Lembro-me de descer a rua orgulhosíssima com o meu cartão de eleitora na mão. Quando cheguei a casa anunciei com pompa e circunstância que era a eleitora nº2341 e que me sentia muito feliz por viver num país onde, mesmo tendo um honroso útero, podia estudar, votar e participar de forma livre no futuro político desta nação. Sempre tive uma queda para o melodrama!

Nestes 10 anos não falhei uma única eleição. Mudei de ideias, votei em branco, arrependi-me do meu sentido de voto mas jamais deixei de exercer o meu direito. Antes de mim, milhares de homens e mulheres lutaram e morreram por este direito que também é um dever.

Numa democracia em que apenas votam 24% dos eleitores, os resultados não expressam a vontade da maioria. Expressam a vontade da maioria que se dirigiu às urnas e, que em muitos países, foram para votar em partidos fascistas de extrema direita.

Se as pessoas não se revêem em nenhuma opção partidária que votem em branco, mas votem. Anulem o vosso voto e façam florinhas em redor das siglas mas votem. Num país ou numa Europa em que a abstenção ganha são as pessoas que perdem.

Podemos viver em democracia mas subjugados à vontade da minoria que não tem preguiça de levantar o rabo, sair de casa e fazer uma cruz num papel.
Estão a ver como é fácil? Não é propriamente uma tarefa hercúlea que se está a pedir...

Analisando as coisas por cá:

Como seria de esperar o PS ganhou e a Aliança PSD-CDS/PP perdeu. 
Na minha opinião Francisco Assis não teve uma vitória mais expressiva por causa do folclore socialista que o envolveu. Da mesma forma que Paulo Rangel e Nuno Melo que até são figuras muito inteligentes perderam (ainda mais) por estarem associados aos partidos que todos os dias diminuem a qualidade de vida aos portugueses.
Marinho e Pinto com a sua personalidade invulgar conseguiu convencer (muitos), estou curiosa para ver o que fará com o seu lugar no parlamento europeu.
O Jerónimo e a sua classe trabalhadora também conseguiram espalhar magia e obter resultados impressionantes.
O Bloco, bem... nem sei o que dizer do Bloco. Depois da saída de Louçã aquilo é o descontrolo total. A continuar assim, não sei se haverá luz ao fundo do túnel.
Depois há o Livre com mais de 2% dos votos... Interessante, no mínimo.

Estamos a fragmentar o poder político, temos que aprender a lidar com isso. E, acima de tudo, temos que aprender que a responsabilidade TAMBÉM está nas nossas mãos.


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