Depois da entrevista de
ontem à TVI o espectáculo mediático à volta do ex-primeiro ministro ganhou proporções
(ainda mais) novelescas e, penso estar o circo montado para que JS se torne o
primeiro chefe de Estado com passagem por um estabelecimento prisional português.
Razões que sustentam a
candidatura de JS a umas eleições presidenciais:
1) O homem sempre foi
um dos políticos mais charmosos da nossa praça, com um indiscutível dom da
palavra e uma forma encantadora de lidar com a plebe.
2) Os portugueses
adoram enredos televisivos e encaram-nos como se da própria vida se trata-se. Tal
pode comprovar-se com o sucesso das novelas e reality shows no nosso país. E não há nada mais enternecedor que um
vilão que se torna no bonzinho injustiçado da fita.
3) O advogado do JS é
uma figura caricata que ganhou o amor dos jornalistas e dos telespectadores com
planeadas oscilações entre o sonso e o calculista implacável.
4) As respostas às
perguntas colocadas foram redigidas com uma inteligência admirável e com um
soberbo toque de persuasão e ironia. Penso que foi capaz de instigar no mais
convicto dos portugueses quanto à sua culpabilidade uma centelha de dúvida.
Posto isto, se passar por este processo sem um veredicto
que o incrimine poderá ser um forte candidato a trocar o apartamento de luxo em
Paris por um modesto palácio em Belém.
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