terça-feira, 11 de outubro de 2011

Perdoai-lhes Senhor, eles não sabem o que fazem…

Mas o que é que se passa com a televisão portuguesa?

A malvada da crise inunda os telejornais com as mais macabras notícias, mas daí até ao folclore em que se tornou o jornalismo em Portugal vai uma enorme distância.

A isenção e a procura de causas científicas ou empíricas deram lugar a peças televisivas nas quais podemos apreciar jornalistas a perguntar a vítimas de um acidente de viação, de um incêndio, de uma violação ou de outro cenário lúgubre qualquer, como se estão a sentir… Não é preciso ter uma bola de cristal para saber responder a esta pergunta. Por falar em poderes paranormais, a Tia Maya tem agora um programa matinal, em que lê cartas de Tarot e “adivinha” que os problemas dos telespectadores vão começar a resolver-se no final de 2012… Conheço uns economistas que chegaram à mesma conclusão sem recorrerem a um médium… Contudo, reconheço que a economia e as leis do mercado têm muito de esotérico =D

Deparamo-nos ainda com estratégicas contratações futebolísticas: Judite de Sousa e José Alberto Carvalho, directores de informação da RTP1, fazem contratos milionários com a TVI.

No entretenimento, Júlia Pinheiro volta à televisão de Carnaxide e Teresa Guilherme à televisão independente portuguesa. Fátima Lopes, a menina querida da SIC, vai ganhar milhões para Queluz de Baixo, apresentando programas da tarde que inspiram sentimentos suicidas aos neurónios de qualquer um. E agora, a cereja no topo do bolo, Pedro Granger apresenta o novo programa de cultura geral da televisão pública portuguesa (este justifica-se, parece novo demais para figurar de professor nos Morangos com Açúcar e demasiado velho para ser aluno).

A casa dos segredos é qualquer coisa de inexplicável, tentei ver alguma coisa no domingo para fundamentar a minha opinião e tenho que dar razão a quem diz que ”parece um anúncio da IKEA, eles armários e elas fáceis de montar”.

Caros estrangeiros, não liguem a estes programas, asseguro-vos que existem jovens inteligentes e interessantes neste país.

É da maneira que talvez se comece a ler mais…

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