Quando éramos pequenos e brincávamos aos casamentos ficava sempre com o papel de noivo ou padre porque a personagem da noiva jamais me fascinou…
Assim sendo, nunca tive um modelo de vestido de noiva preferido, ou qualquer outra coisa que pudesse eleger relacionada com o matrimónio porque era algo que não me podia perturbar o estado de espírito.
Tal acontecia porque foi-me sempre difícil assimilar o conceito de casamento, a necessidade de assinar um papel como prova que aquela união é, de facto, verdadeira.
Aliás, muito boa gente me ouviu dizer que se o casamento fosse algo sério não eram necessárias duas testemunhas.
Contudo, depois de tantos anos empenhada a esgrimir todos e mais alguns argumentos contra o que dizia ser uma mera prática institucional da civilização, mudei de ideias.
Não, não desisti de debater o tema. Não, não houve nada em especial que me fizesse mudar de ideias. Nem sequer posso dizer que é um recuo, uma vez que na verdade trata-se de uma reviravolta na essência da questão.
Portanto, hoje-em-dia (amanhã já poderá não ser bem assim), enquanto mulher moderna e emancipada que sou, quero assinar um papel (seja no Registo Civil, na Igreja, numa “capela” em Las Vegas, ou noutra instituição qualquer) a dizer que quero partilhar uma cama, um tecto, uma conta bancária, a educação de uns pirralhos e outras coisas afins com um moço bem interessante e deslumbrante, até que a morte nos separe.
"timing is everything..."
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