terça-feira, 10 de abril de 2012

O fecho da Maternidade Alfredo da Costa: ignorância e preciosismos



Dei-me ao trabalho de procurar as razões evocadas pela população e equipas clínicas para que não se encerrem as instalações da Maternidade Alfredo da Costa (MAC):
1. "Os médicos não querem que feche, por isso se os médicos não estão de acordo, esta não pode fechar."
2."Porque eu nasci aqui e a minha neta também."
3."Porque é um centro de excelência em neonatologia."
4."Porque eu tive complicações no final da gravidez e as coisas só correram bem porque fui aqui seguida, se fosse noutro lugar, as coisas teriam corrido mal."
5."Porque a MAC é um símbolo da cidade de Lisboa."
6. blá blá blá blá blá...

Mas o que é isto?
As mesmas pessoas que se queixam do aumento das taxas moderadoras querem agora manter uma estrutura ativa meramente por questões saudosistas ou necessidade de manter os micro-reinados que tanto vemos na Saúde (e não só)...

Jesus Cristo nasceu numa manjedoura, quer se seja católico ou não, é fácil concordar que é a pessoa mais importante da história da humanidade, não haviam as menores condições de higiene no local, não teve apoio clínico no momento do parto e, mesmo assim, cresceu saudável e sem mais problemas de saúde. 

Isto quer dizer que devemos transferir os partos para as vacarias?

Não sou contra, nem a favor do fecho desta maternidade. Importa-me sim a melhor utilização do bem tão querido a que chamamos Saúde.
Nós não temos dinheiro, gastamos mais de 10% do nosso PIB em saúde e temos que rentabilizar ao máximo os nossos recursos humanos, materiais e estruturais.
As equipas de "excelência" são-no em qualquer lugar, todas as maternidades portuguesas têm um funcionamento excepcional e para símbolo de Lisboa já temos a Torre de Belém.

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