Dei-me ao trabalho de procurar as razões evocadas pela população e
equipas clínicas para que não se encerrem as instalações da Maternidade Alfredo
da Costa (MAC):
1. "Os médicos não querem que feche, por isso se os médicos
não estão de acordo, esta não pode fechar."
2."Porque eu nasci aqui e a minha neta também."
3."Porque é um centro de excelência em neonatologia."
4."Porque eu tive complicações no final da gravidez e as
coisas só correram bem porque fui aqui seguida, se fosse noutro lugar, as
coisas teriam corrido mal."
5."Porque a MAC é um símbolo da cidade de Lisboa."
6. blá blá blá blá blá...
Mas o que é isto?
As mesmas pessoas que se queixam do aumento das taxas moderadoras
querem agora manter uma estrutura ativa meramente por questões saudosistas ou
necessidade de manter os micro-reinados que tanto vemos na Saúde (e não só)...
Jesus Cristo nasceu numa manjedoura, quer se seja católico ou
não, é fácil concordar que é a pessoa mais importante da história da
humanidade, não haviam as menores condições de higiene no local, não teve apoio
clínico no momento do parto e, mesmo assim, cresceu saudável e sem mais
problemas de saúde.
Isto quer dizer que devemos transferir os partos para as vacarias?
Não sou contra, nem a favor do fecho desta maternidade. Importa-me
sim a melhor utilização do bem tão querido a que chamamos Saúde.
Nós não temos dinheiro, gastamos mais de 10% do nosso PIB em saúde
e temos que rentabilizar ao máximo os nossos recursos humanos, materiais e
estruturais.
As equipas de "excelência" são-no em
qualquer lugar, todas as maternidades portuguesas têm um funcionamento
excepcional e para símbolo de Lisboa já temos a Torre de Belém.
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